14 agosto 2008

Defronte do espelho

Defronte do espelho um homem

Imagem real e imagem virtual

Dentro do espelho a figura nua

Vestida do lado de fora

 

Sobre degraus o homem sobe

O corpo coberto por uma capa

Ao cimo da escada uma porta

Do lado de lá outro espelho

Com a imagem nua do homem defronte

Subindo a escada à procura da sua figura

 

Salas vazias e portas abertas

Numa sucessão infinita de rectas

O homem percorre o espaço

No fundo interminável um espelho

Reflecte a imagem da loucura

 

 

1987


2 comentários:

  1. Olá, Maria :-)
    Gosto deste poema. Tem uma sonoridade shakespereana, entre a sua dramaturgia trágica e o lirismo dos seus sonetos.
    Aproveitando a tua autorização genérica, vou transcrevê-lo em Ao Sabor do Olhar
    Bjo do
    V. Manel

    ResponderEliminar
  2. Viva, submersa :-)
    Tens uma mensagem no sítio do costume ou ponto de encontro. Segundo as minhas contas, se não efabulas, és pouco mais que uma teenager.
    Portanto trata-me por tu, como é hábito na blogosfera e nas salas de conversação, qualquer que seja a idade dos interlocutores/falantes, e não me faças mais cota do que já sou :-)
    Bjo
    Victor Manuel

    ResponderEliminar

Arquivo do blogue