Beijei a voz do silêncio
a uma sexta-feira
Encontrei o delírio nu
silêncio
a uma sexta-feira
A uma sexta-feira
vi risos apalermados
em rostos infelizes
e segredos escondidos
em rostos pensativos
e serenidade
e cansaço
e fuga
e gente a contar tostões
e colegiais à espera
e todos à espera
de ser transportados
pra outras paragens
mais próximas do sábado
Encontrei o diabo
a uma sexta-feira
numa churrasqueira sentado
nas brasas ardentes
de carvão passado
Pedi-lhe uma omeleta
trouxe-me um prato de batatas
em óleo fervidas demasiado
servidas por um boydelaço
numa bandeja de plástico
Planeio encolher a ferrugem
no silêncio desta sexta-feira
pra ocupar o pensamento
medroso do vazio repleto
no esquecimento das ruas
por onde caminho.
22 de Nov. de 96, sexta-feira
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