07 setembro 2008

«Que nem um cão»

Sobre si mesmo
dizia ser «que nem um cão».

Todos os dias fiel
cumpridor dos deveres,
abnegado animal doméstico,
minucioso inspector da limpeza,
investigador das partículas de pó
desde o tecto ao tapete da toca.

Dedos de fada carnívora
na aspiração da desordem:

Tocava e limpava
_ Inspeccionava!...
Lavava e limpava
_ Inspeccionava!...
Lambia e limpava
_ Inspeccionava!...
Arrumava e limpava
_ Inspeccionava!...
Descansava
_ Inspeccionava!...
Limpava...

_ Antes fora vassoura! _ Mas,
espectacularmente, não limpava
nos dias em que vomitava,
«quem nem um cão»,
sobre si mesmo.


4 de Dez. 96

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