Sobre si mesmo
dizia ser «que nem um cão».
Todos os dias fiel
cumpridor dos deveres,
abnegado animal doméstico,
minucioso inspector da limpeza,
investigador das partículas de pó
desde o tecto ao tapete da toca.
Dedos de fada carnívora
na aspiração da desordem:
Tocava e limpava
_ Inspeccionava!...
Lavava e limpava
_ Inspeccionava!...
Lambia e limpava
_ Inspeccionava!...
Arrumava e limpava
_ Inspeccionava!...
Descansava
_ Inspeccionava!...
Limpava...
_ Antes fora vassoura! _ Mas,
espectacularmente, não limpava
nos dias em que vomitava,
«quem nem um cão»,
sobre si mesmo.
4 de Dez. 96
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