08 agosto 2012

[Já que não tenho perfume, amor...]



Já que não tenho perfume, amor...
 
Quero ir por aí!
 
Abraçar os mal-amados frutos
 
Sobreviventes das rendições:
 
Quero infectar-me nas despretensões miseráveis!
 
Amanhã quero estar na lâmina dos golpes mafiosos,
 
Naquele mesmo templo onde hoje bebi o engano
 
Amanhã devorarei a essência da violência
 
_Exterminá-la-ei!
 
Porque não fujo daqui onde o medo acalanta o ódio,
 
Porque sei que aqui todos serão desmascarados,
 
Porque em todos os lugares a vida se disfarça,
 
Aqui quero sepultar a palidez dos hábitos
 
Que contaminam as cores da Terra
 
_Embora mais me apeteça recolher-me
 
Numa casa de bichos
 
Na terra das flores.


1 Fev. 97

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